Estatuto dará mais oportunidade ao negro no mercado de trabalho, diz coordenadora de ONG

05/07/2006 - 18h59

Milena Assis
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Estatuto da Igualdade Racial será uma ferramenta a mais na luta para a inserção da população negra no mercado de trabalho. A afirmação é da coordenadora da Organização Não Governamental Criola, Jurema Werneck, que trabalha com mulheres negras preparando-as para o mercado de trabalho.O estatuto, de autoria do senador Paulo Paim (PT-RS), foi aprovado por unanimidade no Senado e agora tramita na Câmara dos Deputados. Nele estão previstas a inclusão racial e social dos negros afro-brasileiros nas áreas da saúde, educação, direitos humanos e no mercado de trabalho. Segundo a coordenadora da ONG Criola, se o estatuto for aprovado o Brasil poderá avançar no combate às desigualdades raciais no campo de trabalho e na área da saúde. "O estatuto tem impacto no mercado e nas relações de trabalho e estabelece a possibilidade de melhorias de condições da inserção da população negra neste setor", afirmou. Ela ressaltou que o país ainda enfrenta dificuldades de inserção do negro de forma qualificada no mercado de trabalho, mesmo estando no século 21. "Estamos sempre com menores direitos, menores acessos a postos mais qualificados e de gerência. O estatuto aponta esses problemas e caminhos que permitem uma disputa em termos de igualdade no mercado".Werneck lembrou que o estatuto é um suporte para ajudar o Ministério da Saúde a assumir ações que garantam a igualdade racial ao acesso ao Sistema Único de Saúde (SUS) e a qualidade desse serviço prestado à população negra. "Ele [o estatuto] vem como uma legitimação e uma definição da obrigação do Ministério da Saúde em atuar de forma mais adequada e qualificada e de se comprometer no enfrentamento do racismo dentro do sistema", afirmou.