Comissão da ONU visitará Timor Leste o "mais breve possível"

01/07/2006 - 14h21

Agência Lusa
Lisboa ((Portugual)) - O chefe da Comissão Especial Independente de Inquérito para Timor Leste nomeada pela ONU, o brasileiro Sérgio Pinheiro, disse à Agência Lusaque visitará o país asiático "o mais breve possível". O calendário dacomissão será definido na segunda-feira (2), quando o brasileiro sereúne em Genebra com os dois outros membros, Zelda Holtsman, da Áfricado Sul, e Ralph Zacklin, do Reino Unido, para "elaborar o plano detrabalho" e tem ainda previstas outras reuniões, entre as quais uma coma alta comissária para os Direitos Humanos, Louise Arbour.A comissão vai "estabelecer os factos e circunstâncias relevantes sobreos violentos incidentes que ocorreram no país a 28 e 29 de Abril e a23, 24 e 25 de maio", segundo um comunicado das Nações Unidas. "Omandato da comissão inclui clarificar a responsabilidade pelosacontecimentos e recomendar medidas para assegurar a responsabilizaçãopelos crimes e graves violações de direitos humanos alegadamentecometidos durante esse período", acrescenta.A comissão vai trabalhar na capital Dili a partir de julho, tendo trêsmeses para completar o trabalho. Segundo Sérgio Pinheiro, a equipatécnica que apoiará o trabalho da Comissão deverá chegar a Timor Leste"a partir de dia 07", data em que se iniciará a contagem dos trêsmeses. Os três comissários prevêem uma visita ao país "o mais brevepossível" e "outra em setembro", disse Sérgio Pinheiro.O governo de Timor Leste tinha pedido a criação de uma comissão deinquérito no passado dia 08, o que foi apoiado pelo Conselho deSegurança da ONU. A atual crise no Timor Leste começou com a demissãode cerca de 600 militares que se queixaram de discriminação étnica porparte da hierarquia das forças armadas e cujo protesto, em finais deabril, em Díli, terminou com uma intervenção do exército.Na repressão da manifestação foram mortas cinco pessoas, segundo ogoverno, mas os ex-militares e outros elementos das forças armadas queentretanto abandonaram a instituição afirmam que morreram cerca de 60timorenses.Em 23 de Maio registou-se um ataque ao quartel-general das forçasarmadas timorenses e dois dias depois dez polícias foram mortos pormilitares num ataque ao quartel da Polícia Nacional de Timor Leste,quando aqueles já tinham se rendido.