Rio, 26/6/2006 (Agência Brasil - ABr) - O consumo de cocaína se estabilizou no Brasil, no período entre 1997 e 2004, depois de ter crescido entre 1987 e 1997. A informação consta do Relatório Mundial de Drogas 2006, que foi divulgado hoje (26), no Centro de Informações da ONU, no Rio de Janeiro. O estudo é elaborado anualmente pelo Escritório das Nações Unidas contra Drogas e Crime (Unodc).
Segundo o relatório, apresentado pela coordenadora de Projetos de Drogas e HIV/Aids do Unodc para o Brasil e o Cone Sul, Cíntia Freitas, o número de apreensões desse tipo de droga dobrou, passando de 8 toneladas, em 2004, para 15,8 toneladas em 2005. O Brasil, ao lado do Suriname e, às vezes, do Panamá e Argentina, está na rota do tráfico de drogas que saem da região andina para a Europa.
De acordo com as autoridades brasileiras, 70% da cocaína que chega ao país vem da Colômbia, 20% da Bolívia e 10% do Peru. Carregamentos entram no Brasil e são levados para a Europa, mas têm passado freqüentemente pela África.
Os dados mostram que a cocaína é consumida mundialmente por 13,4 milhões de pessoas, o que corresponde a 0,3% da população entre 15 e 64 anos, mas sofreu tendência de declínio moderado no mundo em 2004, o que não ocorria há muito tempo.
A maior parte da droga é usada nas Américas, especialmente na América do Norte, que tem 6,5 milhões de dependentes químicos, o que corresponde a quase metade da demanda mundial da droga. Os registros de consumo no Brasil e na Argentina permanecem estáveis, enquanto aumentam no Paraguai, Colômbia e Peru.