Brasil desenvolve plano para ter satélite geo-estacionário, informa AEB

26/06/2006 - 19h01

Rio, 26/6/2006 (Agência Brasil - ABr) - A Agência Espacial Brasileira (AEB) quer aproximar a população do programa que vem desenvolvendo no país. Para isso, está levando a várias capitais uma exposição e o seminário O Brasil conquistando o Espaço, que depois de passar por Recife e Brasília, foi realizado hoje (26) no Rio.

De acordo com o presidente da AEB, Sérgio Gaudenzi, o principal objetivo do Programa Espacial é observar a Terra: "O espaço é o único local de onde se pode realmente observar a Terra. Mas para isso nós precisamos dos satélites; para ter os satélites, nós precisamos ter acesso ao espaço; e para isso precisamos dos lançadores e dos centros de lançamento".

As imagens geradas pelos três satélites brasileiros, informou, são empregadas principalmente para controlar o desmatamento e as queimadas, e para observar as colheitas que servem para orientar a produção agrícola. São utilizadas ainda no planejamento urbano e no controle de oceanos.

Entre as ações do Programa Espacial Brasileiro está o plano de desenvolver um satélite que presta serviços básicos de comunicações (como transmissão de televisão, de telefonia) e meteorologia, chamado satélite geo-estacionário, por ficar parado em um ponto da atmosfera. Hoje, o Brasil utiliza esse tipo de serviço comprando espaços em satélites de empresas de outros países.

Até 2012, segundo Gaudenzi, o Brasil poderá ter seu satélite geo-estacionário. Ele explicou que apesar do alto custo, deter a tecnologia é uma questão estratégica para o país. "Nós temos que aprender a fazer, não adianta ficar comprando, porque se num dado momento não quiserem nos vender, nós ficamos sem o serviço. E também precisamos ter segurança nas informações geradas por um satélite nosso", avaliou.

Já o diretor de Política Espacial e Investimentos Estratégicos da AEB, Himilcon de Castro Carvalho, lembrou que na área de tele-educação o satélite possibilitaria o treinamento de professores, ou até aulas para áreas onde não há ensino em determinado nível. O mesmo ocorreria na área de tele-medicina, possibilitando consultas ou mesmo operações de emergência. Ele contou que experiências semelhantes já são realizadas na Índia com sucesso.

O Brasil é um dos 15 países que mantêm programas espaciais no mundo e o único na América Latina com um programa nesses moldes. Mas para o diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Gilberto Câmara, também palestrante do seminário, o país ainda investe pouco em seu programa espacial: "Não temos um programa espacial do tamanho do Brasil e quem mais perde com isso é o país".

A exposição sobre o Programa Espacial ficará no Rio de Janeiro (no New York City Center, na Barra da Tijuca) até o dia 7 de julho. Depois seguirá para Porto Alegre e Manaus.