Tráfico ilegal de armas é discutido pela ONU em Nova York

23/06/2006 - 8h03

Ana Paula Marra
Repórter da Agência Brasil

Brasília – A Organização das Nações Unidas (ONU) realiza, a partir da próxima segunda-feira (26), em Nova York, a 4ª Conferência sobre Tráfico Ilícito de Armas Pequenas e Leves. Representantes dos governos de diversos países e organizações não-governamentais vão debater políticas globais para o controle da venda e compra de armas.

Em entrevista à Agência Brasil , o porta-voz do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), João Paulo Charleaux, disse que será necessário rediscutir os compromissos genéricos já firmados nesta área em ocasiões passadas, como por exemplo, em 2001, durante uma conferência, também realizada pelas Nações Unidas, sobre o tráfico de armas.

De acordo com Charleaux, é preciso que os governantes efetivem ações, examinem a aplicação deste programa e tomem medidas para exercer um melhor controle sobre as armas. "O Comitê Internacional da Cruz Vermelha, que está representado na conferência, é contra o tráfico ilegal e o uso indiscriminado de armas de fogo. Ações urgentes precisam ser tomadas neste sentido", defende o porta-voz da Cruz Vermelha.

Segundo ele, os países precisam aplicar os programas de desarmamento e elaborar normas para regulamentar as atividades de intermediação ilícita do comércio de armas, além de reduzir a demanda e o uso indevido de pequenas armas.

Na avaliação de Charleaux, a conferência da próxima semana será decisiva no sentido de acordar uma estratégia com as medidas que serão tomadas nos planos nacional, internacional e mundial para impedir o uso de armas ilegais pequenas e leves nos próximos anos.

Pela definição do comitê, o termo "armas pequenas" se refere aos fuzis de assalto, às metralhadoras, granadas de mão e outras armas destinadas ao uso militar por um combatente. O conceito compreende também as armas de fogo comerciais, como as pistolas e as escopetas de caça.

Já o termo "armas leves" se refere "às armas portáteis destinadas a uso por várias pessoas coletivamente, como as metralhadoras pesadas, os lança-granadas com suporte, os canhões anti-aéreos portáteis, os canhões anti-tanque portáteis, os lançadores portáteis de mísseis anti-tanque e os morteiros".

O Comitê Internacional da Cruz Vermelha é uma organização humanitária com sede em Genebra. Sua missão é "servir de guardião ao Direito Internacional Humanitário", de acordo com Charleaux, de forma "neutra e imparcial, para proteger e assistir as pessoas afetadas pelos conflitos armados e violência interna".