Isabela Vieira
Da Agência Brasil

Brasília - Os trabalhadores participantes do Projeto de Crédito Fundiário e Combate à Pobreza Rural, do Ministério do Desenvolvimento Agrário, avaliam que houve melhoria nas condições de moradia e também no acesso à saúde e à educação, de 2003 até o ano passado. Para cerca de 70% deles, a mudança ocorreu na área de moradia; para 54%, na de saúde; e para 49%, na de educação.

Os dados integram o relatório Diagnóstico Qualitativo dos Assentamentos Implantados no Projeto de Crédito Fundiário no Programa de Crédito Fundiário. O relatório analisou, no ano passado, 91 projetos, dos 174 já verificados em 2003, que envolveram 200 famílias de trabalhadores rurais. Os projetos se desenvolvem em todos os estados do Nordeste, no Espírito Santo, no Paraná, em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul.

De acordo com os pesquisadores da Fundação de Estudos Agrários Luiz de Queiroz, responsáveis pelo relatório, a melhoria na qualidade de vida dos trabalhadores é decorrente do avanço do projeto e também da implementação de outros, como o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) e os de transferência de renda.

Segundo a análise dos técnicos houve aumento na quantidade de famílias que passaram a morar na área do projeto e na qualidade dessas moradias. No ano de 2003, moravam nos locais 8,4% dos atendidos. Mas, com a consolidação do projeto e da implantação de infra-estrutura de moradia, 66% das famílias foram atraídas e mudaram de endereço. A pesquisa aponta que quase todas as casas são de alvenaria.

O Programa Nacional de Crédito Fundiário oferece linhas de crédito para a compra de imóveis a agricultores familiares em áreas que não podem ser desapropriadas para a reforma agrária. Segundo o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), de 2003 até hoje, mais de 30 mil famílias em todo o país já foram beneficiadas pelo programa, com recursos superiores a R$ 600 milhões para a compra de terra e implantação de infra-estrutura.