Moeda forte e superávit comercial protegem país de turbulência externa, acredita ministro da Fazenda

23/06/2006 - 15h04

Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil

São Paulo – As reservas de moeda forte e o superávit comercial e em transações correntes contribuem para a resistência do Brasil às turbulências internacionais, avaliou o ministro da Fazenda, Guido Mantega, hoje (23) em São Paulo, durante palestra no 16º Congresso e Exposição de Tecnologia da Informação das Instituições Financeiras, organizado pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban).

De acordo com o ministro, essa capacidade de resistência às turbulências internacionais demonstradas atualmente é uma situação inédita no país. "Está sobrando moeda forte no país e em função disso, quando há uma turbulência, sofrem os países que têm falta de dólares. A Turquia tem déficit em transações correntes, precisa de recursos novos a cada ano para fechar suas contas. O Brasil arrecada esses recursos exportando mais do que importa e com os investimentos diretos e externos feitos no país."

Segundo Guido Mantega, o Brasil tem uma sobra anual de R$ 35 bilhões e, mesmo que ocorram pequenas evasões, o país ainda tem uma confortável sobra de moeda forte. "É em função disso que a turbulência não nos afeta ou afeta pouquinho. Eu mostrei aqui que essas flutuações no Brasil são menores do que as outras flutuações que ocorrem em outros países."

Para o ministro da Fazenda, as turbulências externas devem continuar até, no máximo, agosto. Elas começaram com a substituição do presidente do Banco Central norte-americano (Alan Greenspan por Ben Bernanke), decisiva para o aumento dos juros nos Estados Unidos. A mudança reduziu o ritmo das transações de ações nas bolsas de valores do mundo todo, inclusive no Brasil, onde também houve valorização do dólar em relação ao real.