Governo determina que aviões da FAB sejam usados para trazer passageiros da Varig do exterior

23/06/2006 - 17h17

Rio, 23/6/2006 (Agência Brasil - ABr) - O Ministério da Defesa determinou hoje (23) que aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) sejam utilizados para trazer passageiros da Varig que estão no exterior e não consigam o endosso de suas passagens aéreas. A informação foi dada pelo ministro Waldir Pires, ao participar de solenidade militar na Base Almirante Costa e Silva, na Ilha de Mocanguê, no Rio de Janeiro.

Segundo o ministro, a decisão foi tomada no início da manhã em Brasília, após reunião com o Comando da Aeronáutica. Pires garantiu que todos as pessoas que compraram passagens da Varig terão seus bilhetes honrados, mas que a prioridade são os passageiros que estão no exterior: "A prioridade absoluta neste momento é de quem está nos aeroportos ou às vésperas de vir embora e precisa vir, essa é a nossa principal preocupação".

Ele disse que os aviões da FAB podem começar voar "a qualquer instante" e que a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) está coordenando um esquema de utilização das aeronaves. Pelo menos dois Boeing já foram disponibilizados pelo Ministério da Aeronáutica, mas outros aviões da FAB também poderão ser utilizados.

De acordo com o ministro, o esquema da Anac é baseado em informações que vêm das embaixadas e consulados brasileiros no exterior. Pires informou que, em todas as cidades onde há embaixadas ou consulados, servidores do Ministério das Relações Exteriores estão atentos acompanhando a situação nos aeroportos e vão tomar as providências indispensáveis para honrar a concessão do serviço público. "Toda a mobilização possível do aparelho do Estado se fez para irmos enfrentando" (o problema), disse o ministro.

Quanto à redistribuição das rotas da Varig, em caso de falência da empresa, o ministro afirmou que esta será uma competência da Anac. "É um momento de contingenciamento e, por isso, o governo está fazendo um apelo e uma mobilização de todas as empresas, mas isto não pode ser considerado um toma-lá-dá-cá", afirmou.

Para o ministro, esta é uma contingência, pois é preciso honrar uma concessão de serviço público nacional. "O governo não vai impor prejuízos a nenhuma empresa nacional que faça isso. Vamos ver as formas de elas serem recuperadas nos seus dispêndios, mas não pode vincular a estrutura da concessão posterior a coisa nenhuma", disse Pires.

O ministro da Defesa participou, no Rio, da cerimônia de despedida dos tripulantes que vão partir para a 20ª viagem de instrução de guardas marinhas no navio-escola Brasil.