Rio, 23/6/2006 (Agência Brasil - ABr) - As áreas rurais do Norte do país são as que registram as mais altas taxas de baixo peso para a idade entre crianças, apesar dos avanços no combate à desnutrição ocorridos nos últimos 30 anos. A terceira edição da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), realizada em parceria pelo Instituto de Geografia e Estatística (IBGE) e o Ministério da Saúde, revela que déficits de peso são encontrados em 14,9% dos menores de 5 anos e em 12% das crianças entre 5 e 9 anos.

Segundo o IBGE, o índice registrado no Norte rural é considerado de moderada desnutrição para menores de 5 anos. A pesquisa trabalho informa que, apesar da correção das medidas de peso, a classificação é a mesma, embora caia para 11% . O percentual obtido, no entanto, confirma a região como a de maior magnitude no problema da desnutrição infantil.

A Região Norte também apresenta as menores alturas medianas, independentemente de idade e de sexo, apontadas pelo estudo realizado na população brasileira até 19 anos. De acordo com o professor de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP), Carlos Augusto Monteiro, que trabalhou na pesquisa como consultor do Ministério da Saúde, a nutrição adequada é fator essencial para o crescimento.

Monteiro disse que outros fatores importantes são saneamento básico e melhoria no estado de saúde. O professor aponta também o fator renda como determinante, já que as regiões mais desenvolvidas, como o Sudeste e o Sul, registram alturas medianas maiores, chegando a ultrapassar em alguns locais os padrões internacionais. A Região Nordeste também apresenta altura medianas um pouco maiores do que a Norte.