Carolina Pimentel
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Ao abrir hoje (23), em Chapecó, Santa Catarina, o 2º Encontro de Habitação da Agricultura Familiar, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva falou sobre os investimentos na agricultura familiar para que as pessoas permaneçam no campo por opção, e não por obrigação.

"Se tivéssemos começado há 30 anos, certamente teríamos muito mais gente no campo, certamente, não teria acontecido o êxodo rural com a força que aconteceu, e certamente o Brasil estaria muito melhor do que está hoje", disse o presidente.

Durante o encontro, organizado pela Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar da Região Sul (Fetraf-Sul), foram assinados contratos que permitirão aos trabalhadores rurais adquirir material de construção e compra da casa própria com recursos do Fundo de Garantia do Tempo do Serviço (FGTS). A estimativa da Fetraf é que 10 mil agricultores participem do evento.

De acordo com o Ministério das Cidades, o governo federal destinou, desde 2003, R$ 200,3 milhões para construção ou reforma da casa própria de 26.492 pequenos agricultores em todo o país. "Nós estamos construindo moradia e dizendo para as pessoas mais jovens que elas já não precisam sair da sua terra", destacou Lula.

O presidente disse que está disposto a ouvir as críticas dos pequenos agricultores. "Quando o governo estiver errado, façam as críticas que tenham que fazer. Muitas vezes, uma boa crítica é melhor do que uma má puxação de saco. Eu prefiro uma boa crítica, quando tem consistência, quando tem sustentação técnica. Agora, de vez em quando, as pessoas reivindicam coisas que precisariam de 80 anos de mandato para poder atender".

Lula pediu aos ministros da Agricultura, Roberto Rodrigues, e do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, que acelerem a regulamentação de um decreto, assinado há três meses, que autoriza os agricultores familiares a vender seus produtos fora do município de origem.