ONU constata redução no número de refugiados no mundo

09/06/2006 - 12h45

Keite Camacho
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O número de refugiados no mundo é o menor dos últimos 26 anos, conforme estudo divulgado hoje (9) pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados no Brasil (ACNUR). Até o fim de 2005, havia 8,4 milhões de pessoas, número 12% menor que o de 2004. A maioria vive em países em desenvolvimento.

De acordo com o representante do ACNUR, Luis Varese, a redução dos refugiados no mundo se deve às repatriações, com o retorno de grandes grupos aos seus países, e a um processo de seleção mais rigoroso após os atentados de 11 de setembro.

"A boa notícia é que tem mais repatriações grandes, do Afeganistão, da Angola, da Libéria, da Serra Leoa. A notícia não tão boa é um endurecimento das fronteiras para a recepção de refugiados. O refugiado é uma vítima e procurar entre os refugiados um possível terrorista é um absurdo", criticou Varese.

Desde 2002, as repatriações chegam a seis milhões de refugiados. No último ano, voltaram aos seus lares 1,1 milhão. Em compensação, 668 mil pediram refúgio em 149 países. Os mais solicitados são França, Estados Unidos, Tailândia, Quênia e Alemanha.

Ao contrário do número de refugiados, o de deslocados internos aumentou. Os deslocados são aqueles que vivem em condição de refugiados em seu próprio país. Ao final de 2005, foram contabilizados 6,6 milhões de pessoas nessa situação.

O número é 22% maior que o colhido em 2004. Colômbia, Iraque e Sudão são os países com maior número de deslocados internos. São eles, respectivamente, 2 milhões, 1,3 milhão e 840 mil pessoas.

O ACNUR foi criado em 1950 e atua em mais de 116 países. O objetivo é garantir proteção e assistência às vítimas de perseguição, violência e intolerância.