Vitor Abdala
Repórter da Agência Brasil
Rio – O Rio de Janeiro deve ganhar um centro de referência para a saúde de refugiados estrangeiros no Brasil. O espaço, que funcionará no Hospital dos Servidores do Estado, terá como objetivo a pesquisa e a capacitação de profissionais do Sistema Único de Saúde (SUS) para atender a essas pessoas que, perseguidas em seu país de origem, encontram no Brasil um lugar de refúgio e proteção.
Segundo o membro do Comitê Nacional para os Refugiados do Ministério da Justiça Marcus Vinícius Quito, ao ser aceito pelo Brasil, o refugiado torna-se um cidadão brasileiro, com os mesmos direitos de qualquer pessoa nascida no país. Isto inclui o atendimento médico gratuito na rede pública de saúde.
O problema, explica Quito, é que essas pessoas têm necessidades especiais, que precisam ser compreendidas pelo profissional do SUS. "O sistema de saúde tem que ter sensibilidade em acolher um indivíduo que encontra uma barreira de comunicação, já que muitos não falam o português, e uma barreira cultural, já que muitos vêm de culturas completamente diferentes. Outra questão é que esse indivíduo traz com ele danos psicológicos e traumas por conta de violências e guerras", conta.
O centro para refugiados terá apoio dos governos federal, estadual e municipal, além da sociedade civil. Quito afirma, no entanto, que o espaço não terá o objetivo de atender diretamente o paciente, mas de servir como suporte para os profissionais do SUS. Depois do Rio de Janeiro, outros estados poderão ganhar centros semelhantes.
Segundo o Ministério da Saúde, existem hoje no Brasil 3,5 mil refugiados de 64 nacionalidades diferentes. Somente o estado do Rio de Janeiro concentra 1,8 mil deles, dos quais, pelo menos, 400 chegaram ao país há menos de cinco anos.