Líderes da oposição e do governo condenam invasão da Câmara por integrantes do MLST

06/06/2006 - 20h24

Raquel Mariano e Iolando Lourenço
Da Agência Brasil

Brasília - Lideranças da Câmara dos Deputados manifestaram-se hoje (6) em plenário sobre a invasão promovida à tarde por integrantes do Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST), que depredaram instalações da Casa.

O deputado Ronaldo Caiado (PFL-GO) chamou de "bandido" um dos líderes do MLST, Bruno Maranhão, e disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva é amigo dele. "Esse homem [Maranhão] é base de apoio do presidente da República. E vem aqui nessa Casa invadir, destruir, atacar seguranças que não estão armados", afirmou, e defendeu "o armamento da segurança e a condição de revidar à altura – é momento de termos uma posição de dureza".

Para a deputada Luciana Genro (PSol-RS), a invasão da Câmara é "uma conseqüência da desmoralização das instituições, causada pela impunidade de deputados e a falta de uma política de reforma agrária". E acrescentou: "Estranhamente, o grande líder do movimento, Bruno Maranhão, que tem uma longa história, uma longa trajetória de luta, é membro da direção nacional do PT. Então, ele deveria, em primeiro lugar, convencer o seu partido a mudar a política econômica deste país, a mudar o ritmo da reforma agrária". Na opinião da parlamentar, "o verdadeiro alvo da fúria, da raiva dos movimentos sociais do campo deveria ser o Palácio do Planalto e não a Câmara dos Deputados".

Já o líder do PT, deputado Henrique Fontana (RS), afirmou que a bancada do seu partido condena "com veemência os atos de vandalismo", que não servem aos objetivos de nenhum movimento social. Segundo Fontana, a bancada condena qualquer tentativa de partidarizar o episódio, lembrando que os métodos utilizados merecem o repúdio da unanimidade da população.

O líder do governo na Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), leu em plenário nota oficial da Presidência da República manifestando solidariedade ao Congresso pela invasão ocorrida hoje. Ele afirmou ainda que seu partido não tem "nenhum compromisso com esse erro" e que qualquer militante que possa ter participado terá de responder à polícia e à Justiça.