Cecília Jorge
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O consumo de leite pelo menos quatro vezes por semana chega a quase 70% nos lares com crianças atendidos pelo programa Bolsa Família. Nas casas com crianças menores de 7 anos, as pessoas comem também mais frutas e biscoitos desde que passaram a receber o beneficio. Os dados fazem parte da pesquisa sobre segurança alimentar dos beneficiários do programa divulgada hoje (6) pelo Ministério do Desenvolvimento Social (MDS).
"A principal notícia desta investigação é que essas famílias estão comendo mais, estão comendo melhor. E, sobretudo, as crianças são o grupo mais beneficiado por esta melhoria que o programa traz em termos da alimentação das famílias beneficiárias do programa Bolsa Família", comentou o secretário de Avaliação e Gestão da Informação do MDS, Rômulo Paes.
De acordo com o estudo, quando a família tem crianças, o consumo de leite foi maior (entre 65,5% a 69,6%), independentemente do valor do benefício recebido. Já nos domicílios sem crianças, o total de famílias em que aumentou o consumo de leite varia de 38,5% a 48,7%. Em relação ao público infantil atendido pelo programa, a pesquisa registra também que 94,2% fazem três ou mais refeições por dia e 84% têm acesso a alimentação também na escola.
Na opinião das famílias pesquisadas, a variedade dos alimentos consumidos também melhorou muito após a inclusão no programa. Essa mudança foi mencionada por 73,3% dos entrevistados. Os três principais alimentos citados como itens que faltavam para melhorar a qualidade da dieta familiar foram: frutas (26,4%), carnes (26,2%) e legumes e verduras (16,3%). Já os itens mais consumidos a partir do Bolsa Família foram: frutas (15,9%), leite (14,9%), macarrão, pão e biscoitos (13,8%).
Paes afirmou que os números comprovam que o programa está cumprindo seus objetivos. "O objetivo do programa é melhorar a dieta da família brasileira e família pobre do Brasil", disse.
Atualmente, o Bolsa Família atende 9,2 milhões de famílias, segundo o ministério. Até o final do ano, a meta é atender a toda a população pobre do país, avaliada pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) de 2004 em 11,1 milhões de famílias.
Foram ouvidas 3 mil famílias beneficiadas pelo programa há pelo menos um ano, nos 26 estados e no Distrito Federal. O levantamento foi realizado de 1º a 18 de março pelo Núcleo de Pesquisas e Informações da Universidade Federal Fluminense (DataUFF), com assessoria de especialistas em nutrição da Universidade Federal da Bahia (UFBA).
