Jurista diz que Secretaria de Segurança de São Paulo dificultou divulgação de mortes

06/06/2006 - 20h40

São Paulo, 6/6/2006 (Agência Brasil - ABr) - O jurista Dalmo Dallari afirmou hoje (6) que a secretaria estadual de Segurança Pública dificultou a divulgação de dados relativos às mortes decorrentes dos confrontos que envolveram as polícias paulistas e a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) no mês de maio em São Paulo.

Dallari, que é membro da Comissão Especial do Conselho Nacional de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana, criada para acompanhar em São Paulo as investigações das circunstâncias das centenas de mortes ocorridas no período dos ataques, considerou como "grave" o que chamou de sonegação das informações.

"A Secretaria dificultou a divulgação de dados e dificultou, inclusive para o próprio Ministério Público. Eu acho isso absolutamente errado. O secretário de Segurança não pode acreditar que é a única pessoa competente, honesta, capaz e de interesse público. É preciso que ele reconheça que as outras autoridades também têm interesse, têm responsabilidade, e têm o direito e o dever de conhecer os fatos em toda a profundidade", disse o jurista, após se reunir com o procurador-Geral de Justiça, Rodrigo Pinho.

Dados preliminares do Conselho Regional de Medicina indicam que aproximadamente 400 pessoas foram mortas violentamente no período dos ataques em todo o estado de São Paulo.

Por meio de sua assessoria de imprensa, a Secretaria de Segurança Pública negou que tenha sonegado informações sobre as mortes ao Ministério Público.