Lourenço Melo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Brasil está pronto para produzir a vacina contra a transmissão da gripe aviária para seres humanos, a qual deve estar disponível em outubro. A fabricação começará em julho, no Instituto Butantã, em São Paulo, segundo informou hoje (6) o ministro da Saúde, Agenor Álvares.
Segundo ele, até terça-feira (13) o país terá um plano de contingência funcionando em todos os aeroportos, como medida de prevenção para o caso de uma eventual epidemia da doença.
O ministro afirmou que o governo investiu R$ 30 milhões no Instituto Butantan para a produção de vacinas contra a ocorrência de doenças na avicultura e na saúde humana. A unidade-piloto que vai produzir a vacina contra o vírus causador da doença (H5N1) contou com recursos de R$ 3,2 milhões. Mais R$ 9 milhões foram investidos pelo Ministério da Saúde na produção de medicamentos antivirais.
Álvares disse que o Brasil está em constante comunicação com organizações internacionais ligadas à saúde humana e animal, recebendo e transmitindo experiências sobre o trabalho de prevenção. Também está em contato com autoridades da Ásia, África e Europa Ocidental, continentes onde há registros de ocorrência da doença.
No continente americano, de acordo com ele, não há informação da presença do vírus.Também não há informações de transmissão da gripe aviária de pessoa para pessoa e, segundo ele, isso só poderá acontecer "quando o vírus aprender a se transportar entre seres humanos". Álvares disse que a gripe aviária tem se revelado letal em 50% dos casos.
Ele também informou que está funcionando no país um sistema de troca de informações sobre saúde via satélite em tempo real, conectado com os principais países do mundo. É o Centro de Informações Estatísticas de Vigilância em Saúde (Cievs), a quarta maior estrutura do mundo para esse tipo de banco de dados, conforme o ministro.
O ministro participou hoje de uma audiência pública na Câmara dos Deputados para discutir a contaminação pelo vírus H5N1, responsável pela doença e possíveis pandemias (contaminação em escala mundial) aviárias nas áreas produtoras de aviários.
Agenor Álvares preside grupo de discussão que envolve dez ministérios e que, desde outubro de 2005, reúne-se a cada três semanas para discutir estratégias contra a doença e para tratar de assuntos ligados às pandemias avícolas. Na terça-feira (13) o grupo vai se encontrar para discutir orçamento e finanças para os planos de prevenção, bem como o trabalho de fiscalização nos aeroportos sobre cargas e passageiros provenientes de outros países.
