Cristina Índio do Brasil
Repórter da Agência Brasil
Rio – A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) desistiu de pedir o impeachment do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para pedir uma investigação sobre ele no Ministério Público porque o Congresso estaria desacreditado, não há apoio popular a proposta de impeachment e o calendário eleitoral poderia ser prejudicado.
Essas foram as razões alegadas pelo presidente da OAB, Roberto Busato, para que a ordem encaminhasse uma notícia crime ao procurador geral da República, Antônio Fernando de Souza, pedindo um aprofundamento das investigações com relação a uma possível participação ou não do presidente no chamado esquema do mensalão,
Busato disse, em entrevista a Rádio Nacional, que "o pedido de impeachment deveria ser encaminhado ao presidente da Câmara". Entretanto, segundo ele, "a Câmara não consegue nem mesmo punir aqueles que foram condenados na sua Comissão de Ética, portanto não teríamos muito sucesso dentro deste campo". Além disso, o presidente da OAB afirmou que o pedido de impeachment do presidente Lula "poderia influenciar por demais este quadro de eleições que estamos vivendo".
Segundo Busato, também não há motivação popular com relação ao caso. "Portanto, optamos por um julgamento mais técnico, mudar o campo do jogo, sair do Congresso Nacional e partirmos para o Ministério Público e de conseqüência chegarmos ao Judiciário, porque é o MP que tem a legitimidade de propor uma ação penal contra o presidente da República", informou.
O presidente da OAB disse que a instituição apontou alguns fatos que podem ser aprofundados pelo Ministério Público. "Visando esclarecer, definitivamente, à população brasileira se o presidente teve ou não alguma participação nestes atos, classificados por ele de delituosos, praticados pelos seus mais fiéis e mais diretos assessores", acrescentou.
Busato afirmou que independente de qual seja a decisão da Procuradoria Geral da República, sem dúvida alguma, a OAB aceitará o resultado. Segundo ele, a Procuradoria da República é uma entidade que tem a máxima credibilidade. "O atual procurador Antonio Fernando tem demonstrado o seu caráter, a sua serenidade, sua segurança, seu pulso firme e o seu princípio de ética na função que exerce", disse.