Aldo condena invasão e diz que Câmara permanece aberta a movimentos sociais

06/06/2006 - 20h29

Brasília, 6/6/2006 (Agência Brasil - ABr) - O presidente da Câmara, deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), disse que a Casa permanecerá aberta aos movimentos sociais, mesmo depois da invasão, na tarde de hoje (6), por militantes do Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST). "Porém, não será admitida qualquer forma de violência e intimidação. A ordem e a disciplina também são necessárias na vida democrática. Não vou sacrificar a vocação democrática da Câmara por causa desse acontecimento de hoje", acrescentou.

Em entrevista coletiva, Aldo Rebelo afirmou que a Câmara é uma instituição voltada para a sociedade e que empresta suas dependências para os movimentos sociais legítimos apresentarem suas pautas de reivindicações. Reiterou que a Polícia Legislativa vai continuar agindo de forma preventiva e disse não acreditar nos argumentos dos manifestantes, de que teriam agido em resposta à ação desses policiais, quando tentaram impedir o acesso deles.à Câmara: "Essa Casa recebe semanalmente milhares de integrantes de movimentos sociais,que circulam livremente, inclusive pelo gabinete da presidência".

Aldo informou que só no mês passado recebeu em jantares na residência oficial dirigentes de vários movimentos sociais e também recebeu outros em seu gabinete. "Como defensor das instituições democráticas e da democracia, não posso admitir o uso da coerção, da ameça e da violência para revindicações que sequer conhecíamos", disse, após afirmar que quando foi informado das ocorrências determinou à Polícia Legislativa que prendesse todos os manifestantes.

Ele informou que estava reunido na residência oficial com parlamentares paraguaios, quando o primeiro secretário da Casa, deputado Inocêncio Oliveira (PFL-PE), comunicou que havia chamado a Polícia Militar do Distrito Federal. Aldo disse ter determinado que a PM fizesse a segurança da parte externa do prédio e que a Polícia Legislativa cuidasse da segurança interna.
E criticou os que acham que atingir uma instituição demcorática é o melhor caminho para ter vitórias: "Não creio que atirar pedras, levar um servidor indefeso a traumatismo craniano, seja a saída. Não creio que o usado hoje seja a forma mais democrática e aconselhável para se conseguir nada".

O presidente da Câmara disse que foi procurado por alguns deputados para que recebesse a pauta de reivindicações do MLST, e que ela foi deixada no gabinete, mas que avisou que só tomaria conhecimento após a prisão de todos os envolvidos na invasão da Casa. Segundo Aldo Rebelo, o líder do movimento, Bruno Maranhão, negou ter planejado a invasão e disse que as manifestações foram espontâneas.

Aldo Rebelo informou que ainda não tem um levantamento dos prejuizos, que 26 pessoas foram atendidas no posto médico, 15 tiveram ferimentos leves e um foi levado para a Unidade de Tratamento Intensivo de um hospital da cidade. A Câmara, acrescentou, dispõe de instrumentos para identificar os invasores e vai instaurar processos para apurar as responsabilidades.