Previsão de especialistas do mercado para aumento da economia cresce há cinco semanas

05/06/2006 - 10h54

Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil

Brasília – A soma de todas as riquezas produzidas no país ao longo deste ano deve crescer 3,6%, índice distante das previsões para países emergentes como China e Índia, mas alentador diante dos 3,5% projetados por mais de um ano. Só do mês passado para cá foi que os economistas da iniciativa privada começaram a admitir evoluções pontuais do Produto Interno Bruto (PIB).

A estimativa consta do boletim Focus distribuído hoje (5) pelo Banco Central, resultado de pesquisa realizada com uma centena de analistas financeiros sobre tendências dos principais indicadores da economia. Apesar dos bons resultados do primeiro trimestre, de acordo com números revelados na semana passada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os economistas da iniciativa privada continuam céticos em relação às projeções de 4%, do Banco Central, e de 4,5%, do ministro da Fazenda, Guido Mantega.

De acordo com a pesquisa do BC, a produção industrial deste ano crescerá apenas 4,5% (mesmo patamar projetado para 2007), e será insuficiente para reduzir o nível de comprometimento do PIB em relação à dívida líquido do setor público. Por isso, eles mantêm a previsão de que o país encerrará o ano com a dívida equivalente a 50,50% do PIB, com o país devendo mais da metade de tudo que produz. A relação deve cair para 49,10% no ano que vem, segundo cálculos dos analistas consultados.

A pesquisa estima que haverá redução de US$ 40,50 bilhões para US$ 40 bilhões no saldo da balança comercial (exportações menos importações) deste ano, uma queda de mais de 10% em relação ao superávit (saldo positivo) comercial de 2005, que foi de US$ 44,7 bilhões. Mas será um saldo ainda suficientemente forte para garantir superávit de US$ 9 bilhões na conta corrente – resultado de todas as transações comerciais e financeiras com o exterior.

São previsões de especialistas que estimam a cotação do dólar norte-americano em R$ 2,20 no final deste ano (R$ 2,35 no final de 2007) e redução da taxa básica de juros (Selic) do atual nível de 15,25% ao ano para 14,25% até dezembro próximo, com possibilidade de cair para 13% durante o ano que vem.