Metade mais pobre da população deve aumentar participação na renda total do Brasil, prevê BNDES

05/06/2006 - 18h43

Vitor Abdala
Repórter da Agência Brasil

Rio – A metade mais pobre da população brasileira deverá ter uma participação maior na renda total do país neste ano. Um estudo da Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) divulgado hoje (5) estima que, em 2006, os 50% mais pobres responderão por 15,1% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Em 2002, eram responsáveis por 13,2%.

Tecnicamente, os números mostram uma melhoria na distribuição de renda no país. O fenômeno não é novidade, uma vez que vem sendo observado desde o início da década de 1990, segundo o BNDES. A diferença é a aceleração do ritmo dessa melhoria entre 2003 e 2006.

Caso seja confirmada a estimativa do BNDES, a metade mais pobre da população brasileira terá tido, entre 2003 e 2006, um aumento anual de 0,53% na participação da renda total do Brasil. Entre 1993 e 2002, a média de aumento anual era de apenas 0,12%.

Segundo o presidente do BNDES, Demian Fiocca, isso deve-se principalmente ao aumento do valor real do salário-mínimo e a programas de transferência de renda como o Bolsa-Família. Por isso, ele explica, programas sociais são tão importantes para o país quanto políticas de longo prazo, como educação e saúde.

"Programas de transferência direta são como uma terceira perna. Se educação é uma perna fundamental e saúde é outra, programas de transferência direta devem ser parte desse tripé", disse Fiocca.

De acordo com ele, o salário-mínimo teve aumento real de 5,9% ao ano, entre 2003 e 2006. Já o Programa Bolsa-Família chegou a 8,7 milhões de famílias no final de 2005. A estimativa do governo federal é alcançar 11,2 milhões de famílias ainda em 2006.