Jungmann diz que não há mais entrave para criação de CPMI sobre compra de ambulâncias

05/06/2006 - 10h54

Luciana Vasconcelos e Marcos Chagas
Repórteres da Agência Brasil

Brasília – O vice-líder do PPS na Câmara, deputado Raul Jungmann (PE), afirmou que agora não há nenhum entrave regimental para a criação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) destinada a investigar a possível participação de deputados e senadores na compra superfaturada de ambulâncias por meio de emendas ao Orçamento. A prática foi descoberta na Operação Sanguessuga, deflagrada pela Polícia Federal.

Segundo Jungmann o presidente do Congresso precisaria instalar a CPI até quinta-feira (8). Caso contrário, os partidos ingressarão com o pedido no Supremo. "Se até quinta-feira não acontecer a leitura da CPI, o mandado de segurança será inevitável", disse o deputado.

Na última quinta-feira (1º), lideranças do PV, PPS e PSOL protocolaram na Secretaria Geral do Senado um novo pedido de abertura de uma CPI mista. O novo requerimento tem assinatura de 230 deputados federais e 30 senadores. Pelo regimento do Congresso, o mínimo de assinaturas necessárias para conseguir uma CPI é de 171 deputados e 27 senadores.

O novo requerimento foi uma exigência de Renan Calheiros. Em sessão realizada na terça-feira (30), o senador alegou que o pedido anterior não obedecia às normas regimentais ao classificar as assinaturas como de "apoiadores" e não de "signatários".

Na última semana, o senador disse que uma investigação política tem sentido quando os fatos não estão sendo apurados. "Quando estão sendo investigadas, quando está em fase de conclusão, o mais rápido, o mais célere, o que atende mais a sociedade e a instituição é aguardar a conclusão e trabalhar no sentido de punir os culpados", disse. Ele deverá reunir os líderes para analisar o novo requerimento.