Governo e oposição buscam acordo para desobstruir votações no Senado

05/06/2006 - 19h08

Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil

Brasília - Parlamentares da base do governo e da oposição já começam a defender um acordo de lideranças que permita votar as cinco medidas provisórias que obstruem a Ordem do Dia do Senado, abrindo caminho para a votação de matérias importantes como indicações de embaixadores e diretores de agências reguladores que aguardam apreciação da Casa.

Outra matéria importante que está na pauta há cerca de 40 dias à espera de apreciação dos senadores é a proposta de emenda constitucional que cria o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb).

A líder do PT, Ideli Salvatti (SC), disse que, se o Senado não votar as principais matérias nesta semana, haverá dificuldade de apreciá-las ainda neste mês. A semana que vem, além do jogo de estréia do Brasil na Copa do Mundo, no dia 13, uma terça-feira, tem o feriado de Corpus Christi na quinta-feira (15), o que deve esvaziar o Senado, no entender da senadora.

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), já determinou ao Secretário Geral da Mesa Diretora, Raimundo Carrero, que nos dias de jogos do Brasil na Copa as sessões plenárias sejam marcadas para o período da manhã.

Ideli disse que as festas juninas também poderão contribuir para o esvaziamento do plenário do Senado, prejudicando as votações neste mês. No período junino, os senadores do Nordeste aproveitam para manter contato com suas bases eleitorais. A senadora não descarta a possibilidade de acordo para acelerar o processo de votação da Ordem do Dia do Senado. "Se houver acordo de lideranças, poderemos fazer as votações com tranqüilidade", disse ela.

O senador Heráclito Fortes (PFL-PI) também ressaltou a importância de um acordo de líderes que permita votar as medidas provisórias e indicações para embaixadas e agências reguladoras ainda nesta semana. "Tem agência, como a Agência Nacional de Petróleo, que já está com os trabalhos paralisados porque não se vota o nome dos novos diretores", afirmou Fortes. Segundo ele, a iniciativa para o acordo deveria partir do próprio governo, estabelecendo as matérias que considera prioritárias.

O líder do PMDB no Senado, Ney Suassuna (PB), acreita que as lideranças tentem um acordo para votar as matérias mais importantes amanhã e depois de amanhã (6 e 7). "Se não for possível, temos que acertar outra data para votar as medidas provisórias mais complexas", acrescentou Suassuna. O senador disse que a Copa do Mundo vai complicar as votações no mês de junho. "Temos que ser realistas. A Casa tem o mesmo gosto pelo futebol que os outros. O que temos que fazer é cumprir a nossa tarefa", afirmou.