Brasília, 5/6/2006 (Agência Brasil - ABr) - A possível adesão dos funcionários do porto de Santos e do Aeroporto de Cumbica, onde há grande fluxo de mercadorias, à greve dos auditores fiscais da Receita deve prejudicar ainda mais o comércio exterior, que em maio registrou volume de exportações abaixo dos US$ 11 bilhões esperados para o mês. As duas categorias decidem amanhã (6), em assembléia, se aderem à greve nesta semana.
Segundo o presidente da Unafisco Sindical, Carlos André Nogueira, "a tendência é que haja uma ampliação da interferência nas importações e exportações com a entrada em greve de Santos e de Cumbica, porque são pontos com movimento de carga muito grande".
Nogueira foi recebido, nesta tarde, pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, para tratar da greve iniciada no dia 2 de maio. Ele disse que o ministro o recebeu "num gesto de boa vontade", mas não apresentou proposta para a categoria. Embora o sindicalista tivesse a expectativa de que Mantega apresentasse uma posição concreta do governo sobre a pauta de reivindicações, a conversa girou em torno da proposta de parceria entre a Unafisco e a Receita Federal, órgão ao qual os auditores estão submetidos.
"Não queremos que o ônus das nossas reivindicações seja repassado à sociedade. Então, propusemos ao ministro uma parceria para tornar a fiscalização mais eficiente, mais eficaz", comentou Nogueira, ao afirmar que o dinheiro para recomposição salarial pode sair do excesso de arrecadação provocado pela caça aos sonegadores. "A Unafisco pode apresentar métodos que ajudem a Receita".
O Ministério do Planejamento estuda enviar, ainda neste mês, um projeto para o aumento salarial da categoria, mas ainda não há solução para a principal reivindicação, que é o cumprimento da tabela que consta do plano de carreira, mas, segundo Nogueira, não vem sendo respeitada.