Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil
São Paulo- A partir da próxima segunda-feira (5), as ruas de São Paulo e outros locais de grande movimentação pública, como aeroportos e pedágios, receberão painéis e outdoors da campanha de combate à violência sexual contra crianças e adolescentes.
O lançamento foi feito hoje (29) pelo Instituto Brasileiro de Administração Pública (Ibap), que desenvolve o Programa de Combate à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes (Afeto). De acordo com a coordenadora do programa, Glória Maria Mota Lara, o principal objetivo é fazer com que as pessoas "assumam a responsabilidade no sentido de proteger a criança e o adolescente em situação de violência".
Com o slogan "Exploração sexual de crianças e adolescentes. Não dê as costas para esse assunto" (escrito em português, espanhol, inglês e em francês), serão exibidos filmes publicitários em emissoras de rádio e TV e em uma cadeia de cinemas. Também aderiram à campanha uma rede de estacionamentos, de empresas de outdoors e de painéis eletrônicos de rua.
O ministro da Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República, Paulo Vanuchi, lembrou que, no último dia 14, foi feita uma alteração no número do disque-denúncia para facilitar o acesso das pessoas. Agora, para denunciar, é preciso telefonar para o número 100. As ligações são gratuitas e podem ser feitas das 8 horas às 22 horas. Segundo o ministro, após a mudança, o serviço passou a receber uma média de 60 denúncias por dia. Quando funcionava através do 0800, eram registradas 12 denúncias por dia.
Dados da secretaria apontam que a exploração comercial de crianças e adolescentes foi identificada em 932 municípios brasileiros. Destes, 93 estão no estado de São Paulo. "Em muitos casos, as vítimas desse tipo de violência demoram 20, 30 anos para reportar a violência sofrida desde muito cedo e muitas vezes com abusos cometidos por parentes, padrastros, pais, irmão, avós e tios. Então isso envolve a conscientização de toda a sociedade", disse o ministro.
De acordo com o secretário municipal de Assistência e Desenvolvimento Social, Floriano Pesaro, na região central da cidade de São Paulo é "enorme" a quantidade de crianças de ambos os sexos submetidas à prostituição. Ele informou que a prefeitura pretende capacitar os professores da rede municipal de ensino para que eles possam detectar sinais de agressão no comportamento dos alunos.
A campanha tem o apoio da prefeitura municipal e de entidades como a Fundação Abrinq pelo Direito dos Direitos da Criança e do Adolescente, do Sindicato dos Bares, Hotéis, Restaurantes e Similares de São Paulo, do Sindicato dos Bancários e da Confederação Nacional do Turismo.