Roberta Lopes
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O presidente da Associação Nacional dos Advogados da União (Anauni), José Kozima, afirma que advogados-gerais da União, procuradores da Fazenda e defensores públicos que possuem cargos de chefia ameaçam entregar os cargos até o fim desta semana caso o projeto de lei que fixa subsídio para suas carreiras não seja encaminhado para votação até o fim dessa semana. A categoria está em greve desde o dia 17.
Em entrevista à Agência Brasil, Kozima cobrou a promessa do governo de encaminhar o projeto ao Congresso logo depois que o Orçamento Geral da União fosse votado. Mas isso não aconteceu. Por isso, os advogados decidiram na última assembléia da categoria, no dia 16, entregar todos os cargos de chefia ocupados por advogados-gerais da União.
"Desde essa data, estamos recebendo inúmeros pedidos de exoneração imediata, porque essa é uma resposta ao descumprimento de uma determinação do presidente da República", relatou José Kozima. "Já chegamos ao número de 100 pedidos e os colegas estão com a firme disposição de realmente mostrar ao governo que houve uma quebra de confiança."
Kozima também disse que os advogados que estão aderindo à greve estão sofrendo retaliações. "Nunca se viu na administração pública federal uma caça às bruxas tão grande como está se fazendo. Nossa paralisação tenta atender a lei no sentido de manter as funções essenciais e não causar prejuízos desnecessários à população e nem ao governo. Não só há corte de pontos como também há ameaça de demissão de colegas que estão sob estágio probatório", afirmou.
A assessoria da Advocacia Geral da União informou que ainda não foi formalizado nenhum pedido de exoneração, ao contrário do que relatou a Associação Nacional dos Advogados da União.