Priscilla Mazenotti
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O embaixador do Brasil no Timor Leste, Antônio Souza e Silva, disse que a situação no país está relativamente calma hoje. Nos últimos dias, conflitos entre soldados e ex-militares deixaram mortos 12 policiais e oito pessoas, entre soldados e civis, informou o embaixador.
"Tivemos dois ou três dias de grande tumulto, com enfrentamento entre tropas militares e tropas policiais, além de grupos civis armados. Um descontrole total, mas, com a chegada desde ontem das primeiras tropas australianas a situação está voltando a ter tranqüilidade", disse o embaixador em entrevista à Rádio Nacional.
De acordo com o embaixador, além dos 800 soldados das tropas australianas, que chegaram ontem, mais 700 devem desembarcar no país até amanhã. O reforço vai contar com mais 25 homens da Malásia. Na semana que vem, começam a chegar 125 policiais portugueses.
Segundo o embaixador, o governo do Timor ainda não tem controle sobre a população. "Tanto é que pediram intervenção de países amigos. É um momento sombrio aqui (para o) país porque, quatro anos depois da sua independência, eles percebem a fragilidade de suas instituições e a necessidade ainda de contar com apoio internacional", disse.
Souza e Silva disse que não houve necessidade de dar abrigo a brasileiros que moram no país. "O que abrigamos foram os filhos e famílias de dois funcionários timorenses que passaram a noite aqui", disse.
O embaixador informou que trabalham no Timor Leste 184 brasileiros. "Pouco mais de cem são missionários que fazem trabalhos com a comunidade carente; uns 20 a 25 trabalham em agências da ONU (Organização das Nações Unidas) e agências internacionais; 30 professores de um programa de educação que desenvolvemos aqui, quatro especialistas do Judiciário, dois técnicos do Senai e cinco funcionários do Itamaraty".