Diretor da ANP destaca cenário favorável ao surgimento de pequenos produtores de petróleo

26/05/2006 - 17h05

Rio, 26/5/2006 (Agência Brasil - ABr) - A alta cotação do preço do barril de petróleo no mercado externo, hoje em torno de US$ 70 a US$ 75, e a crise com a Bolívia poderão favorecer o surgimento de um segmento de produtores independentes de petróleo no Brasil. Seriam pequenas e médias empresas que explorariam áreas inativas com acumulações marginais (campos maduros, de onde já se extraiu petróleo, mas cuja produção foi interrompida em razão da pouca atratividade dos campos).

A avaliação foi feita pelo diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás natural e Biocombustível (ANP), Haroldo Lima, em entrevista à Agência Brasil. Segundo ele, a ANP espera que a segunda rodada de áreas inativas com acumulações marginais tenha o mesmo sucesso da primeira, quando foram transferidas para a iniciativa privada 16 das 17 áreas ofertadas.

"Estamos esperançosos de que o pequeno e médio empresariado brasileiro desperte para essa atividade nova, já que o petróleo está com cotação muito alta no mercado externo. Isso faz com que mesmo uma pequena produção de petróleo venha a ser significativa para pequenos e médios empresários. A alta do preço internacional e o sucesso da primeira rodada de áreas inativas será determinante para o surgimento do segmento do setor dos produtores independentes de petróleo", afirmou Lima.

Ele ressaltou que a agência está ofertando áreas também com potencial para exploração de gás natural, o que, no momento, é um atrativo à parte, por causa da crise com a Bolívia e do crescimento excessivo da demanda interna pelo produto. "Entre esses campos maduros, vamos licitar, no Maranhão, três áreas localizadas no chamado Espigão e no Oeste de Canoas - áreas que só produzem gás. Então, a expectativa é de que essas áreas despertem grande interesse, porque o gás no momento está sendo muito solicitado".