Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Para o presidente do Sindicato dos Investigadores do Estado de São Paulo, João Batista Rebouças Silva Neto, os secretários estaduais de Segurança Pública, Saulo de Castro Abreu Filho, e da Administração Penitenciária, Nagashi Furukawa, são "despreparados". Por essa razão, o sindicalista chegou a afirmar que pediria ao governador de São Paulo, Cláudio Lembo, o afastamento dos secretários, o que ainda não ocorreu.
"Eles foram irresponsáveis, pois tinham sido alertados com antecedência pela Polícia Federal e por agentes penitenciários de que a transferência de presos provocaria a reação dos marginais. E deixaram que os policiais civis e militares fossem pegos de surpresa", afirmou. "O fato de não ter nos avisado do risco é que provocou essa chacina".
De acordo com Batista, os membros da facção criminosa realizaram os ataques armados de fuzis e granadas, enquanto os policiais reagiam com recursos inferiores, como revólveres de calibre 38 e coletes à prova de bala "vencidos".
O investigador rebateu a argumentação de Furukawa, que negou que o fim dos motins teria ocorrido após acordo com os líderes do PCC. "Foi tão cristalina essa ação que logo após a visita da advogada da facção pararam os ataques em São Paulo", desabafou o policial.
Ele comparou as cenas de desespero das pessoas e de tensão entre os profissionais da força de segurança aos conflitos no Oriente Médio. "Os policiais são sabiam como agir com os ataques feitos em vários pontos. Só que estava aqui pôde presenciar a barbárie que foi um verdadeiro Iraque".
O sindicalista avalia que o uso de celulares pela população carcerária poderia ser coibido com investimento tecnológico e com um preparo maior dos funcionários que fazem a revista nos visitantes das prisões.