PPS, Psol e o PV reuniram assinaturas no Congresso para instalação de CPI sobre fraudes na saúde

18/05/2006 - 16h38

Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O PPS, o Psol e o PV afirmam que reuniram a quantidade necessária de assinaturas na Câmara e no Senado para a instalação de uma comissão parlamentar mista de inquérito (CPMI) que investigaria o suposto envolvimento de parlamentares com as fraudes em licitações de compra de ambulâncias com dinheiro de emendas parlamentares ao Orçamento Geral da União. O esquema ilícito foi deflagrado pela Polícia Federal na Operação Sanguessuga.

A lista com 229 assinaturas de deputados e 30 senadores foi entregue hoje ao primeiro vice-presidente do Senado, Tião Viana (PT-AC), por representantes dos três partidos. Para a instalação de uma CPMI é necessário o apoio de, no mínimo, 171 deputados e 27 senadores.

Viana afirmou que levará o requerimento na segunda-feira (22) ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), para que seja feita a conferência das assinaturas. "É um assunto sério e que põe em cheque o parlamento, e temos que enfrentar esta situação", afirmou ele.

O deputado Raul Jungman (PPS-PE) disse que, apesar de ser um ano eleitoral, esse é "um ótimo momento de resistência do parlamento que vive um descrédito junto à sociedade". Ele defendeu que a nova CPMI faça um trabalho técnico, "longe dos holofotes eleitorais". E opinou: "Quem quiser fazer da CPMI palco de disputa política vai colocar a Casa num descrédito maior ainda". O deputado Fernando Gabeira (PV-RJ) também defendeu que a comissão exerça um trabalho de investigação estritamente técnico. "Temos que explicar para a sociedade quem é quem no Congresso Nacional", afirmou.

O relator da comissão de sindicância instalada na Câmara para investigar o possível envolvimento de parlamentares na compra fraudulenta de ambulâncias, Robson Tuma (PFL-SP), pretende ouvir na próxima semana 5 deputados, 2 assessores e 2 secretários que estão sob suspeita. O pedido de investigação foi determinado pelo presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP).