Brasília, 18/5/2006 (Agência Brasil - ABr) - A política de tarifas para a área industrial "tem que ser pensada em função de metas para longo prazo", aponta estudo divulgado hoje (18) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Uma revisão de tarifas, acrescenta o boletim Comércio Exterior em Perspectiva, só serviria no momento "para aumentar as importações e não as exportações", cujo valor nominal vem crescendo devido ao aumento de preços no mercado internacional, enquanto os volumes exportados estão mais baixos que nos anos anteriores.
Segundo o boletim, diante da "discussão de uma nova liberalização comercial para conter a valorização do real e a inflação", o Brasil "não é mais protecionista que os demais países em situação semelhante, como a África do Sul, a China, Coréia do Sul, Índia, México, Rússia, Tailândia, Venezuela e Vietnã".
As tarifas brasileiras, acrescenta o estudo, "estão em linha com os demais países em desenvolvimento de economia média e são até relativamente baixas". A tarifa média da Índia, conforme exemplifica, é de 29,9%, enquanto a brasileira está em 10,8%, mesmo patamar da sul-africana e abaixo da média dos países pesquisados (13,8%).
Para a CNI, a participação na união aduaneira do Mercosul limita as alterações na tarifa aplicada pelo Brasil aos cem produtos da Lista Nacional de Exceção, definidos para as negociações na região. A previsão, segundo o boletim, é de que o Brasil "deverá decidir por uma estrutura tarifária mais homogênea depois da conclusão da Rodada de Doha, com redução maior nas tarifas mais elevadas".