Morte de menina inspirou criação do dia de combate à exploração sexual infanto-juvenil

18/05/2006 - 9h26

Valtemir Rodrigues
Da Voz do Brasil

Brasília – O Dia Nacional de Combate ao Abuso e a Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes foi criado em 2000, em razão do assassinato da menina Araceli, que em 18 de maio de 1973, aos oito anos de idade, foi seqüestrada, estuprada, morta e queimada por jovens de classe média alta em Vitória, no Espírito Santo. Trinta e dois anos depois, o crime continua impune.

A morte de Araceli se tornou um marco na luta contra o abuso e a exploração sexual infanto-juvenil. A data é lembrada com mobilizações do governo e da sociedade contra essa forma de violação de direitos de meninas, meninos e jovens brasileiros. Para hoje (18), estão programadas manifestações em várias partes do país: atos públicos, audiências, seminários e debates. Neste ano, o tema dos debtaes é "Direitos Sexuais são Direitos Humanos".

Socorro Tabosa, assessora da Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República, diz que a impunidade é grande e ainda falta conscientização da sociedade para o problema. "Em lugares onde tinha muita exploração sexual a sociedade acabou banalizando e muitos achavam que a criança ou o adolescente eram os culpados. E quando agente começa a capacitar a fazer campanhas, as pessoas começam a entender que a criança é mais uma vítima do processo".

Segundo Socorro Tabosa, o número de denúncias contra esta prática também tem crescido. últimos anos. Um estudo do governo federal concluído em 2005 aponta a exploração sexual de crianças e adolescentes como prática presente em 932 municípios. Das cidades identificadas a maior parte elas estão nas regiões nordeste e sudeste.

O Disque-Denúncia de violência, abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes da Secretaria especial de Direitos Humanos, que funcionou inicialmente com uma central 0800, recebeu, de maio de 2003 a abril deste ano, cerca de 120 mil ligações.

Desde segunda-feira (15), qualquer denúncia de maus tratos, abuso e exploração sexual infanto-juvenil pode ser feita pelo número 100. A ligação é de graça.