Brasília, 18/5/2006 (Agência Brasil - ABr) - Representantes de 43 entidades da sociedade civil reunidos hoje (18) na sede da seccional de São Paulo da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-SP) divulgaram manifesto sobre os atos violentos ocorridos na capital paulista desde a última sexta-feira (12).

Segundo o presidente da OAB-SP, Luiz Flávio Borges D’Urso, "o objetivo do manifesto é cobrar, sugerir, mas também aprofundar esses temas e contribuir com o governo, seja ele federal, estadual ou municipal, para a solução do problema da segurança pública".

O manifesto aponta que os atos violentos "não podem ser considerados fatos isolados que se esgotam com o retorno à normalidade da vida da cidade". E sugere: "Deve-se evitar que o debate sobre eles se transforme em disputa de natureza política, ao invés de um diálogo construtivo que possa encaminhar as soluções. Deve-se evitar atribuir causas à pobreza, tirando o foco do problema atual, que deve ser atacado com urgência e abrangência".

De acordo com o manifesto, "as causas da criminalidade têm que ser enfrentadas dando atenção às desigualdades sociais, que podem predispor, principalmente, os jovens para o caminho do crime". Sobre os autores dos ataques às forças de segurança, o documento acrescenta que "esse grupo mostrou contar com capacidade de organização, ampla disponibilidade de recursos materiais e humanos e liberdade de atuação".

Outro ponto abordado pelo manifesto é "a ineficiência do sistema carcerário para recuperar o preso" e impedir que chefes de organizações criminosas comandem ataques de dentro dos presídios. "A força dessas organizações criminosas revela que contam com recursos financeiros e apoios externos, sendo necessário combater o tráfico de drogas, o contrabando de armas e a lavagem de dinheiro", identificados como forma de criação e manutenção dessas organizações, segundo o documento.