Thais Leitão
Repórter da Agência Brasil
Rio - A Pesquisa Industrial Mensal, divulgada hoje (5) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelou um recuo de 0,3% na produção industrial do mês de março em relação a fevereiro. O chefe de Coordenação da Indústria do IBGE, Sílvio Salles, acredita, no entanto, que não há risco de redução contínua na produção.
"Os indicadores macroeconômicos como um todo favorecem uma evolução positiva da atividade econômica, em especial da produção industrial este ano", afirmou Salles. Segundo ele, a melhora do mercado de trabalho, a inflação em queda e o aumento da oferta de crédito são os indicadores que sugerem uma estabilidade da produção.
O técnico do IBGE lembra ainda a indústria chegou ao seu nível máximo de produção em dezembro e, mesmo, com esta queda em março, se situa 0,5% abaixo do recorde histórico. "Daí essa nossa leitura de uma estabilização em um patamar elevado", acrescentou.
A Pesquisa Industrial Mensal mostra também ampliação no ritmo de crescimento da indústria no primeiro trimestre deste ano na comparação com o mesmo período do ano anterior. A expansão alcançou 4,6%. A produção de bens de consumo duráveis e de bens de capital foi a principal responsável por esse índice.
No setor dos duráveis, o crescimento registrado no período foi de 14,9%, tendo como destaque a produção de automóveis (12,6%) e de eletrodomésticos (13,9%). Já no ramo de bens de capital, o crescimento foi puxado pela produção de equipamentos para as áreas de energia elétrica (45,2%) e para construção (21,4%).
De acordo com Sílvio Salles, a expansão do setor de bens de consumo duráveis se justifica pelo crescimento do consumo interno. "É um segmento que se beneficia com a ampliação do crédito, o aumento da massa salarial e da queda nos preços dos alimentos", explicou.