Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, negou hoje (5) que exista um pacote específico para o setor automobilístico. Segundo ele, o que há é uma preocupação desse e de outros setores que estão perdendo força na exportação.
Depois de reunir-se com o presidente da Volkswagen no Brasil, Hans Christian Maergner, na sede do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), ele disse que pediu à sua equipe que analise eventuais medidas para atenuar a perda de empregos no setor.
De acordo com o ministro, uma das observações do presidente da Volkswagen foi a respeito do alto custo logístico, que poderia ser reduzido, segundo o ministro, com o alargamento do mercado interno. "Nós estamos no começo do ano com crescimento das vendas no mercado interno. A queda de juros pode estimular a um menor custo o financiamento dos automóveis e, ao mesmo tempo, uma mudança do mix de venda, porque os carros mais populares são os que dão menor rentabilidade às montadoras", observou.
Furlan ponderou que se a tributação sobre a venda de um veículo pudesse se diluída ao longo de sua vida útil haveria aumento de demanda. Como exemplo, ele citou que parte da tributação poderia ser agregada ao combustível. Em outras palavras, quem consome, paga, e se alivia do encargo no momento da compra. "O consumidor paga um imposto elevado quando adquire o veículo. Se parte desse imposto pudesse ser transferida ao longo da vida útil do veículo, ele pagaria o mesmo imposto, mas em etapas diferentes".
Segundo ele, não haveria acréscimo de impostos, mas uma redução no preço dos veículos e uma tributação por meio do uso, ou seja, quem usa mais, paga mais. "Essa é uma hipótese. Há uma mobilização. Esse tema que é um tema importante está se transformando no momento em uma emergência, que é a possibilidade de perda de emprego no Brasil. Essa possibilidade cria uma oportunidade para que se possa analisar as soluções".