Cecília Jorge e Keite Camacho
Repórteres da Agência Brasil
Brasília – Custo de geração de energia termelétrica a partir do gás é mais alto do que o das hidrelétricas, mas existem vantagens em se investir nessa fonte. A avaliação é do professor de pós-graduação em energia, do Instituto de Eletrotécnica e Energia da Universidade de São Paulo (USP), Célio Bermann. Uma delas é a tendência a médio prazo do custo das duas formas de produção se aproximarem.
Segundo o especialista, o custo de geração de hidroeletricidade atualmente é da ordem de US$ 38 a US$ 42 o megawatt/hora. Já o da termoeletricidade é de cerca de US$ 60. "Na medida em que os custos com a gestão adequada dos reservatórios e com o ressarcimento das populações que normalmente são atingidas e deslocadas de forma compulsória para a formação dos reservatórios entrarem na composição do investimento, o custo da hidroeletricidade a médio e longo prazo será cada vez maior", explicou.
De acordo com Bermann, a própria disponibilidade de recursos hídricos para a formação de novos reservatórios e os custos com o transporte da energia também devem influenciar essa alta do preço. Pelo menos dois terços do potencial hidrelétrico brasileiro estão localizados na Amazônia e os principais mercados consumidores de energia, no centro-sul do país.
O gás natural também é um combustível alternativo menos poluente do que outras fontes, como as derivadas de petróleo (óleo diesel, óleo combustível e a própria gasolina) e o carvão mineral. Atualmente, cerca de 1 milhão de veículos automotores são movidos a gás natural. Outra utilidade do gás, ainda usada em pequena escala no país, é como substituto do gás liquefeito de petróleo (GLP), conhecido como gás de cozinha. Grande parte do GLP utilizada no Brasil é importada.