Edla Lula e Mylena Fiori
Repórteres da Agência Brasil
Brasília – O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse hoje (5) que a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na reunião da Cúpula América Latina-Caribe com a União Européia será importante para "injetar um pouco mais de energia política nas negociações" da Organização Mundial do Comério (OMC). O encontro ocorre na próxima semana em Viena (Áustria).
Em encontro com o ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, Amorim afirmou que acredita em uma negociação favorável aos países em desenvolvimento na Rodada Doha, série de negociações iniciadas em setembro de 2001.
"Seria uma leviandade deixar essas negociações, que estão próximas. Seria dar um excesso de importância de um ou outro setor", disse o ministro, acrescentando que os países-membros da OMC deverão chegar a um acordo até o final deste ano. "Os benefícios têm que ser inversamente proporcionais ao grau de desenvolvimento e, por outro lado, os sacrifícios têm que ser proporcionais ao grau de desenvolvimento", defendeu o ministro.
Amorim falou também sobre a reunião que ocorreu na sede da OMC, este final de semana, em Genebra. O ministro considera que o encontro foi "produtivo" por seus encontros com diferentes governos, o que "permitiu refinar um pouquinho minha análise da situação atual". "Sinto que o desenho do acordo teoricamente possível vai ficando da vez mais claro. Se vamos conseguir passar do teoricamente possível para o praticamente possível, ainda é preciso ver", afirma.
Segundo Amorim, uma reunião ministerial da OMC deve ocorrer em junho. O ministro também comentou a idéia de uma reunião de chefes de Estado, proposta pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Amorim lembrou que estarão reunidos em São Petersburgo, em julho, para a reunião do G8. "Basta os presidentes do G8 tirarem um tempinho pra conversar a OMC que já estaremos realizando isso", afirmou. Segundo Amorim, em Viena, Lula manterá contatos sobre o tema com o primeiro-ministro inglês Tony Blair, a primeira-ministra alemã Ângela Merkel e com outros líderes.