Reservas da Petrobras no Golfo do México se aproximam de 500 milhões de barris

03/05/2006 - 7h02

Nielmar de Oliveira
Enviado especial
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Houston (Texas) - As reservas da Petrobras no lado americano do Golfo do México já se situam entre 300 e 500 milhões de barris de óleo. Esse total corresponde somente à participação da estatal brasileira em três campos descobertos recentemente em águas profundas.

Em sua totalidade, as reservas nos campos de Cascade (25% de participação), Chinook (30%) e St. Malo (25%) somam 1 bilhão de barris de petróleo. Localizadas em águas profundas, no entanto, os campos são explorados por empresas associadas à estatal brasileira.

As informações são do presidente da Petrobras America, Renato Tadeu Bertani, e foram dadas aos jornalistas brasileiros que participam até amanhã (4) em Houston, da Offshore Tecnology Conference (OTC), um dos maiores eventos do gênero em todo o mundo.

Com as descobertas, a Petrobras voltou-se para as áreas localizadas em águas ultraprofundas, apostando na liderança da atividade de exploração e produção de petróleo e gás na região. Desde 2001, quando passou a prospectar petróleo em águas ultraprofundas, a Petrobras América já investiu US$ 383 milhões.

Os investimentos possibilitaram à unidade de negócios da subsidiária da estatal aumentar a sua carteira de ativos, que hoje soma 277 blocos exploratórios, nos quais é operadora em 127. "Nosso objetivo ao mudar a estratégia na parte americana do Golfo do México foi direcionar esforços para uma área estrategicamente selecionada na busca da liderança na prospecção de petróleo em águas profundas na região", afirma Renato Tadeu Bertani, presidente da Petrobras América.

Para o executivo, a empresa tem condições de atuar na parte americana do Golfo com a vantagem competitiva de sua tecnologia de ponta e a eficiência operacional, obtidas na prospecção de petróleo e gás em águas profundas na Bacia de Campos. Bertani lembra que a produção americana está estagnada, enquanto o consumo continua forte e em processo de expansão, o que torna e região do Golfo extremamente atraente.

"Em 2004 a produção dos Estados Unidos era de cerca de 5,6 milhões de barris por dia para um consumo de mais ou menos 15,8 milhões. As projeções do próprio governo norte-americano indicam que em 2025 esta produção deverá cair para 4,7 milhões de barris diários, enquanto o consumo interno saltará para 20,8 milhões. Há aí, portanto, um déficit quase 10 milhões de barris", ressalta.

Para o executivo, a aposta na região implica naturalmente riscos para a companhia brasileira, mas pode levar a descobertas que serão muito lucrativas no futuro. "A nossa idéia é centrar esforços na descoberta de petróleo e gás em águas com lâmina d’água (distância entre a superfície da água e o fundo do mar) entre dois e três mil metros de profundidade. Temos um conjunto de descobertas, um portfólio grande e diversos prospectos exploratórios. Reverter a tendência declinante da produção na região é quase impossível, mas poderemos sim contribuir decisivamente para mitigar este declínio".

*O jornalista viaja a convite da Petrobrás.