Nielmar de Oliveira
Enviado especial*

Houston (Texas) - A Petrobras retomou a atividade exploratória em águas rasas na parte oeste do Golfo do México, área com grande potencial para a descoberta de gás natural.
Antes, a empresa havia até vendido dez de seus 15 campos de petróleo localizados em pequenas áreas de águas rasas na parte americana do Golfo do México, atendendo a uma estratégia traçada em 2001 de priorizar a exploração e produção de petróleo e gás em águas ultraprofundas.

"A Petrobras decidiu investir na prospecção de gás natural em poços de águas rasas por acreditar na viabilidade da descoberta de grandes acumulações de gás em poços perfurados em grandes profundidades. Nosso objetivo é atingir reservatórios muito profundos, ainda inexplorados, localizados abaixo das descobertas já feitas em águas rasas desses campos maduros", acredita o presidente da Petrobras América, Renato Tadeu Bertani.

A nova estratégia foi posta em prática no final de abril de 2004, quando a empresa anunciou sua participação no projeto de Treasure Bay, que compreende 60 blocos no setor de águas rasas do Golfo e é desenvolvido em parceria com a Newfield e outras empresas.

Para testar a viabilidade das novas diretrizes, inclusive, já está sendo perfurado o primeiro poço na área conhecida como Blackbeard. Operado pela Exxon, deverá atingir uma profundidade de 33.000 pés – um dos mais profundos já perfurados na região.

Bertani admite os riscos que envolvem a nova estratégia, mas ressalta que a forte demanda do mercado americano pelo gás justifica os riscos. Segundo ele, a possibilidade da existência de grandes reservas de gás natural nessas áreas e a forte demanda do mercado americano pelo produto justifica os riscos.

"Além disso, caso tenhamos sucesso e venhamos de fato a descobrir grandes acumulações, poderemos começar a produção em um curto espaço de tempo em razão da existência de
infra-estrutura de produção nas águas rasas do Golfo do México". De acordo com Bertani, cerca de 12 prospecções já foram identificadas nesta nova fronteira.

*O jornalista viaja a convite da Petrobras.