Keite Camacho
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Os produtores rurais que quiserem aderir ao novo sistema integrado de produção da lavoura e pecuária terão duas linhas de crédito à sua disposição. Uma do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e, a outra, do Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste (FCO).
O novo sistema foi lançado hoje (26) pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). O BNDES financiará até R$ 300 mil ao produtor, num prazo de cinco anos para reembolso, a juros de 8,75% ao ano. A linha está disponível em bancos comerciais de todo o Brasil.
A resolução que aprova o financiamento é de fevereiro deste ano. A outra linha, do FCO, tem limite de crédito de R$ 4,8 milhões por cooperativa, grupo ou produtor, com prazo de até 12 anos e juros que variam de 6% a 10,75% ao ano, dependendo de quem toma o empréstimo. A resolução que aprova o crédito é de outubro de 2005.
No modelo integrado de cultura da Embrapa, apenas uma parte da propriedade é destinada à agricultura e a pecuária. Na área de pastagem degradada pelo gado, planta-se milho ou soja. O rebanho é transferido para outro local e, antes que o solo fique degradado, a pecuária dá lugar novamente à lavoura.
"Com isso, a pastagem se beneficia dos resíduos de fertilizantes que foram usados para a cultura de grãos e terá uma melhor qualidade", explica o pesquisador da Embrapa Luiz Carlos Balbino.
Segundo ele, a técnica desenvolvida na empresa também prevê a cobertura do solo com palhas, evitando assim a perda de umidade e a sua erosão. As medidas devem estar conjugadas à prática de rotação de cultura, para aumentar o teor da matéria orgânica no solo.
"Essa é a vantagem da integração lavoura e pecuária no plantio direto. Ela diminui a erosão e evita que o solo seja carreado para rios e nascentes", diz Balbino. De acordo com ele, além de aumentar a produtividade em áreas agricultáveis já abertas, a integração evita a abertura de novas áreas para aumentar a produção, diminuindo o desmatamento.