Policiamento a ser adotado no Pan poderá servir de modelo para todo o país, diz secretário

26/04/2006 - 13h07

Rio, 26/4/2006 (Agência Brasil - ABr) - O esquema de policiamento que será adotado no Rio durante os Jogos Pan-Americanos de 2007 poderá se transformar em modelo para ações de segurança pública em todo o país. A afirmação foi feita hoje (26) pelo secretário nacional de Segurança Pública, Luiz Fernando Corrêa.

Ele disse que o período irá inaugurar uma nova era no setor de segurança, usando a repressão com foco na criminalidade, com espaço privilegiado para ações de prevenção e relacionamento com o cidadão. "O que estamos inaugurando é uma relação com as comunidades, um canal de discussão entre o Estado e o cidadão. E introduzindo o policiamento comunitário para que nossa última instância seja o emprego da força", afirmou Corrêa.

Segundo ele, isso não significa abrir mão da repressão: "a repressão qualificada tem que ser dirigida ao criminoso e não às comunidades. Hoje existe uma criminalização dos endereços e locais. Queremos que a força empregada seja dirigida ao criminoso. O cidadão que mora na favela tem o direito de transitar no meio da comunidade e não cruzar com um marginal de fuzil como nós temos aqui".

Corrêa afirmou que o novo conceito mudará a forma como as questões da violência foram enfrentadas até hoje, com o uso apenas da força. Como exemplo, citou o uso de carro blindado em ações contra traficantes, o chamado "caveirão", que vem sendo muito criticado por entidades de diretos humanos. Ele defendeu limites entre as ações de prevenção, de organização da sociedade e do estabelecimento de canais. "E continuar com a repressão forte aos criminosos, desarmá-los, e combater o crime onde ele estiver, na favela ou no asfalto, usando a força necessária", acrescentou.

O secretário participou, no Grupamento Aéreo e Marítimo do Rio de Janeiro, em Niterói, do encerramento do primeiro curso para tripulante operacional de helicópteros em ações de policiamento. Trinta policiais militares de 19 estados que vão trabalhar no Pan foram treinados com a utilização de seis aeronaves, entre elas um helicóptero UTI do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal e cinco helicópteros da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros do Rio.

Luiz Fernando Correa explicou que o objetivo do treinamento é padronizar os procedimentos e fixar um padrão doutrinário em cada setor da segurança que irá atuar no Pan. "A idéia é que eles tenham capacidade de operar juntos e que sejam multiplicadores dessa técnica em seus estados".

A Secretaria Nacional de Segurança Pública promoverá, em junho e novembro, mais dois cursos de qualificação de policiais que atuarão nos Jogos Pan-Americanos.