Bruno Bocchini
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, informou, na noite dessa terça-feira (25), que o Brasil não deverá intervir no contencioso entre a Venezuela e os países Colômbia e Peru. A crise foi motivada pela ameaça do presidente venezuelano, Hugo Chávez, de deixar a Comunidade Andina de Nações em protesto ao acordo de livre comércio firmado pela Colômbia e pelo Peru com os Estados Unidos. O bloco é formado por Venezuela, Bolívia, Peru, Colômbia e Equador.
"Peru e Colômbia tomaram essas decisões [de fazer acordos bilaterais com os EUA], são países soberanos e têm governos legítimos. Portanto, não somos nós que vamos dizer o que o Peru, a Argentina, a Bolívia, a Venezuela devem fazer. Cada país sabe exatamente e tem os instrumentos de decisão", disse Marco Aurélio.
Na tarde dessa terça-feira, em encontro com o presidente Lula em Brasília, o presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, havia pedido que o Brasil intercedesse por seu país na crise enfrentada pela Comunidade Andina de Nações.
Marco Aurélio Garcia conversou com a imprensa, ontem à noite, poucos instantes antes do encontro, em São Paulo, de Lula com o presidente argentino, Néstor Kirchner. A pauta da reunião incluía disputas comerciais entre os países do Mercosul e questões energéticas, principalmente o intercâmbio de energia elétrica entre os dois países.
Hoje, é esperada a chegada do presidente venezuelano, Hugo Chavez, ao encontro em São Paulo. Os presidentes devem debater, além do contencioso entre os países sul-americanos, a construção de um gasoduto que percorrerá os três países.