Condição de trabalho na Febem é maior responsável por licença médica de funcionários

26/04/2006 - 12h38

Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil

São Paulo – As condições de trabalho dos monitores da Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor de São Paulo (Febem-SP) são responsáveis pela maior parte dos afastamentos por doença. Esse é um dos resultados da pesquisa "O trabalho dos monitores na Febem", realizada pela Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho (Fundacentro), ligada ao ministério do Trabalho e Emprego.

O levantamento foi feito com participação da prefeitura de São Paulo, da Delegacia Regional do Trabalho e do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador do Estado de São Paulo e do bairro da Mooca (zona leste paulistana).

O estudo foi realizado entre o final de 2003 até 2005, a partir da solicitação do Sindicato dos Trabalhadores de Assistência e Educação à Criança, ao Adolescente e à Família do Estado de São Paulo (Sintraemfa). No período, foram entrevistados funcionários de diversas unidades, entre homens e mulheres, em diferentes funções, turnos e tempo de permanência nas unidades.

Segundo o documento, o que motivou a realização da pesquisa foi a constatação de que, entre 1998 e 2002, 60% dos diagnósticos de afastamento dos funcionários da Febem se relacionavam a quadros de transtornos mentais.

O documento diz que os resultados mostraram diversos aspectos em relação tanto aos funcionários como à própria Febem-SP. Dentre eles, destacam-se: "contradições no papel de monitor, desconhecimento das funções a serem realizadas, falta de treinamento, conflitos no contato com adolescentes, solicitação de atenção constante, convivência com o ‘fantasma’ das rebeliões, descumprimento do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) pela própria instituição, descontinuidade de políticas públicas, salários baixos, e excesso de horas extras".