Petróleo transformou a cidade de Macaé em um novo ''eldorado''

21/04/2006 - 10h12

Rio, 21/4/2006 (Agência Brasil - ABr) - Menos de 200 quilômetros separam a capital do estado do Rio de Janeiro do local responsável por mais de 80% do petróleo produzido no país, a Bacia de Campos. E a sede de todo esse trabalho é Macaé, uma cidade que até a década de 1970 tinha apenas 30 mil moradores.

Quando a Petrobras descobriu o petróleo no mar da região, a abundância fez de Macaé um "eldorado". A cidade cresceu e hoje tem 200 mil habitantes. Novas obras, hospitais e escolas mudaram o ritmo de cidade pequena. A indústria petrolífera atraiu várias pessoas, que ajudaram a dar uma nova cara para Macaé. Hoje, construção civil e turismo são as atividades que mais crescem.

A cidade ganhou condomínios, casas de luxo, edifícios altos, grandes hotéis e pousadas que hoje representam a sobrevivência de alguns macaenses, como Ana Maria Porto, proprietária de uma hospedaria na orla da cidade. "Macaé tinha muito pouco hotel e, hoje em dia, temos muita oferta. Há inclusive redes internacionais que vieram para cá por causa da Petrobras, porque aqui o forte não é o turismo de lazer, mas o turismo de negócios. As empresas offshore é que ocupam a maioria dos nossos leitos. Os funcionários da rede Petrobras garante cerca de 80% da ocupação", informa a empresária.

Segundo Glauco Nader, do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) de Macaé, o mercado de trabalho mudou e muitos macaenses saíram da cidade, que passou a exigir mais dos profissionais. "Hoje existem muitas oportunidades de trabalho, mas não para pessoas não-qualificadas. Quem possui uma qualificação técnica específica para a cadeia de petróleo e gás consegue se alocar com uma certa facilidade. Por exemplo, não basta ser um mergulhador e nem um soldador, é preciso ser um mergulhador-soldador", afirma.

A técnica em contabilidade Claudia Silva acompanhou esse movimento e viu moradores deixando a cidade, mas não quis trilhar o mesmo caminho. Ela não queria sair do lugar onde nasceu e capacitou-se para seguir as tendências do mercado: "Eu me sinto privilegiada por isso. Entrei no mercado, fiz estágio na Petrobras e as portas foram se abrindo. Então, o petróleo para mim é isso: um meio de vida".