Cristiane Ribeiro
Repórter da agência Brasil
Rio - Mais de 90% das mulheres brasileiras trabalham fora e ainda cuidam dos afazeres domésticos, que as mantêm ocupadas por mais 4,4 horas diárias. A dupla jornada é mais pesada na região Nordeste, onde as mulheres gastam mais horas no trabalho doméstico.
Na outra ponta, as mulheres do Distrito Federal são as que dedicam menos tempo aos afazeres do lar. As informações constam da Síntese de Indicadores Sociais 2004, divulgada hoje (12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A publicação revela que o homem vem aumentando sua participação nas atividades domésticas. Em 2004, 46,3% dos que trabalhavam fora também cuidavam da casa. No entanto, eles gastavam apenas mais duas horas diárias para executar os serviços.
Além de constatar o peso da dupla jornada, a pesquisa do IBGE mostra que as mulheres são responsáveis por 16,8 milhões de lares brasileiros, quase 30% do total dos 56,1 milhões de famílias pesquisadas. A maior proporção das mulheres chefes de família estava na faixa etária dos 60 anos ou mais (27,4%), enquanto entre os homens, 35,3% dos responsáveis pela família tinham entre 25 e 39 anos de idade.
O Rio de Janeiro tinha a maior porcentagem de mulheres de 60 anos ou mais entre as chefes de família (33,9%), mas a região Nordeste foi a que apresentou o maior número de famílias chefiadas por mulheres (29,3%), com destaque para Pernambuco, com 31,6%.
Entre as famílias com chefia masculina, 25,1% viviam com um rendimento familiar de até meio salário mínimo per capita, enquanto nas chefiadas por mulheres essa proporção subia para 29,6%.
O estudo divulgado hoje pelo IBGE usa como referência dos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 2004 (Pnad).