Recife, 10/4/2006 (Agência Brasil - ABr) - Cerca de 400 famílias integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) de dez assentamentos de reforma agrária e de sete acampamentos de várias regiões de Pernambuco bloquearam hoje (10), durante quatro horas, a BR-232, que liga a capital do estado, Recife, ao município de Caruaru.
O protesto, na altura do município de Gravatá, no agreste do estado, provocou um congestionamento de cinco quilômetros na estrada. A pista só foi liberada ao meio-dia, depois de negociação entre o promotor agrário, Edson Guerra, e um grupo de líderes do MST.
Segundo o coordenador estadual do movimento, Ezequias da Silva, a pauta de reivindicações vai ser discutida no dia 25, durante reunião entre os trabalhadores rurais, representantes do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Ministério Público e Banco do Nordeste. A reunião será na sede do Instituto, em Recife.
Ezequias disse que os trabalhadores querem debater questões como assistência técnica, liberação de crédito para infra-estrutura, habitação e fomento nas áreas de assentamento rural.
Ele disse que a prefeitura de Gravatá não repassou ao MST a verba liberada pelo Incra para realização de obras hídricas, como cisternas e poços artesianos, nos assentamentos.
De acordo com Ezequias, na fazenda Brejão, em Gravatá, 45 famílias estão assentadas há nove anos, sem quase nenhuma assistência, recebendo apenas uma cesta básica mensal de 22 quilos de alimentos. "Tem famílias com sete filhos, a comida só dá para uma semana", afirmou.