Produção de borracha no Amazonas aumenta em mais que o dobro desde 2002

10/04/2006 - 14h35

Thaís Brianezi
Repórter da Agência Brasil

Manaus – A produção de borracha no Amazonas mais que dobrou (foi multiplicada por 2,5) nos últimos quatro anos – em grande parte, por causa do subsídio que começou a ser pago pelo governo estadual, desde 2002. Mas o estado – o maior produtor de borracha da Amazônia – ainda responde por aproximadamente apenas 1,5% da produção nacional (a região como um todo é responsável por cerca de 3%).

"A situação do seringueiro ainda não está boa, mas melhorou muito", avaliou hoje (10) um dos membros do conselho deliberativo do Conselho Nacional dos Seringueiros (CNS), Erivan Morais de Almeida, em entrevista à Radiobrás.

"Desde a queda da borracha [em 1910, devido à concorrência da Malásia, onde as seringueiras passaram a ser cultivadas], quem mora no interior ficou com poucas opções de renda. Agora muitas pessoas estão voltando a tirar seringa, é uma fonte a mais de renda, além da agricultura."

De acordo com o secretário-executivo adjunto de Extrativistmo da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Sustentável (SDS), Ademar Cruz, o Amazonas comercializou em 2002 cerca de 179 toneladas de borracha, fruto do trabalho de 380 produtores familiares. "No ano passado, já foram 444 toneladas e o número de produtores saltou para 802", revelou.

O número de municípios amazonenses que trabalham com a seringa também cresceu. Em 2002, segundo dados da SDS, eram quatro: Eurinepé, Manicoré, Lábrea e Boca do Acre (no sul do estado). No ano passado, mais sete também já tinham reativado o extrativismo: Jutaí, Carauari, Ipixuna, Canutama, Borba, Itamarati e Pauini.

"O valor-extra pago pelo governo por R$ 0,60 por quilograma de borracha, que era de R$ 0,60 no governo anterior, passou para R$ 0,70. E já abrange 90% dos seringueiros", afirmou Cruz. "A gente também começou a chamar esse incentivo de pagamento pelos serviços ambientais, no lugar de subvenção. É um novo entendimento, uma remuneração do papel de guardião ambiental exercido pelo extrativista."

Cruz informou ainda que os maiores produtores de borracha no país são: São Paulo, Bahia e Espírito Santo – onde a extração acontece em plantações de seringueiras. "Nossa produção local é no meio da floresta, com árvores nativas".