Brasília, 10/4/2006 (Agência Brasil - ABr) - A presidente do Chile, Michelle Bachelet, fará amanhã (11) visita de Estado ao Brasil. Na ocasião, Brasil e Chile deverão firmar acordos nas áreas de meio ambiente, mineração e energia e concessão de residência temporária.
De acordo com o Ministério das Relações Exteriores, a visita da presidente do Chile ao Brasil apenas um mês após sua posse "reflete o excelente estado das relações bilaterais e os tradicionais laços de amizade" entre os dois países.
Em reunião privada no Palácio do Planalto, no final da manhã, Bachelet e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tratarão de temas da agenda regional e internacional. Os dois países mantêm cooperação no Haiti, na iniciativa contra a Fome e a Pobreza, na Comunidade Sul-Americana de Nações e no G 20 – grupo de países em desenvolvimento liderado por Brasil e Índia.
Na esfera comercial, a corrente bilateral foi de US$ 5,31 bilhões em 2005, com saldo positivo de R$ 1,9 bilhão para o Brasil. O Chile ocupa o sétimo lugar na lista de destinos das exportações brasileiras.
Após reunião privada, os dois presidentes participam de reunião ampliada (com a presença de ministros) e fazem declaração conjunta. Na seqüência, Lula oferece almoço para Michelle Bachelet no Itamaraty. À tarde, a presidente chilena encerra sua visita de Estado nos demais poderes: às 15h30, será homenageada em sessão conjunta do Congresso Nacional e, às 17h15, será recebida no Supremo Tribunal Federal pela presidente em exercício da Casa, ministra Ellen Gracie.
Antes de percorrer Executivo, Legislativo e Judiciário, Bachelet participará do único compromisso que não integra sua visita de Estado. Ela vai receber o título de Doutora Honoris Causa da Universidade de Brasília. O título é concedido pela UnB em reconhecimento ao trabalho de personalidades que tenham se distinguido pelo saber, atuação em favor das artes, ciências, filosofia, letras ou ao melhor entendimento entre os povos. Já receberam o título os brasileiros Celso Furtado, Darcy Ribeiro, Jorge Amado e Oscar Niemeyer, o sul-africano Nelson Mandela e o português José Saramago.
Com 54 anos, médica de formação e mãe de três filhos, Bachelet foi ministra da Saúde e da Defesa do governo do presidente Ricardo Lagos. Militante do Partido Socialista desde sua juventude, Michelle Bachelet tem sua história marcada pela resistência à ditadura em seu país. Filha de um general da Força Aérea morto durante o regime de Augusto Pinochet, ela e a sua mãe chegaram a ser perseguidas e presas.
Michelle Bachelet foi eleita presidente do Chile como candidata da situação, apoiada pela coligação de centro-esquerda chamada Concertación por la Democracia (composta pelos Partidos Democrata Cristão (DC), Socialista (PS), pela Democracia (PPD) e Radical Social Democrata (PRSD).
