Yara Aquino
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Famílias de baixa renda da Bahia e do Pernambuco que consomem mais de 60 quilowatt-hora por mês e têm geladeiras mal conservadas poderão substitui-las por novas sem nenhum custo adicional. Na Bahia, a troca deve começar na última semana de abril. Em Pernambucano, o processo de aquisição das geladeiras ainda está em análise e a troca deve ocorrer entre maio e junho.
A iniciativa faz parte do convênio assinado hoje (10) entre o Ministério do Meio Ambiente e as companhias energéticas da Bahia (Coelba) e de Pernambuco (Celpe) para a substituição de 14,5 mil peças do eletrodoméstico. De acordo com a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, os cadastros do programa Bolsa Família serão usados para fazer a seleção dos beneficiados.
A doação das geladeiras integra o Programa Anual de Eficiência Energética da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que determina que 0,25% da receita das companhias elétricas seja direcionada ao uso eficiente de energia elétrica.
Um estudo realizado pela Coelba e pela Celpe indica que 90% dos moradores das áreas populares dessas regiões têm geladeiras, sendo que entre 40% e 50% delas estão em péssimo estado de conservação. O levantamento também mostra que o eletrodoméstico mal conservado pode representar até 70% do consumo elétrico de uma residência.
Além de economia, a medida pretende reduzir a emissão de gases nocivos ao meio ambiente. No caso das geladeiras, o clorofluorcarbono, conhecido como CFC, que destrói a camada de osônio.
Técnicos do ministério foram treinados para recolher o gás das geladeiras, que será entregue a uma empresa de regeneração e vai voltar ao mercado para a manutenção de aparelhos velhos. O ministério estima que será possível regenerar duas toneladas de CFC.
Outras companhias estão interessadas no projeto como, a Centrais Elétricas do Pará, que pretende trocar três mil geladeiras no estado. Segundo Marina Silva, a intenção é expandir a iniciativa.