Thais Leitão
Repórter da Agência Brasil
Rio - Cerca de 60 crianças e adolescentes com problemas ortopédicos, como pé torto congênito e deformidades resultantes de paralisia cerebral, serão atendidas de hoje (3) até sexta-feira (7) no Instituto Nacional de Traumato-Ortopedia (Into), no Rio de Janeiro, durante a Semana de Imersão em Cirurgia Infantil.
Atualmente, 300 pacientes aguardam por tratamento para esses casos no Instituto. ligado ao Ministério da Saúde. "Nosso objetivo é diminuir a fila de espera e favorecer crianças que levam até seis meses para ser atendidas. Quanto mais cedo houver diagnóstico, maiores as chances de recuperação", disse Celso Rizzi, coordenador da campanha. Ele também informou que o instituto realiza, em média, 50 cirurgias desse tipo por mês.
Os irmãos Matheus Diego, de 11 anos, e Lucas Vinícius dos Santos, de 9 anos, que têm polidactilia, uma doença congênita que faz a criança nascer com dedos a mais, aguardavam na fila há quatro meses. Eles foram internados hoje (3) e passarão por cirurgia na quarta-feira (5). Matheus tem seis dedos no pé esquerdo e Lucas apresenta a patologia nos dois pés.
A dona de casa Tânia Cristina Souza, mãe dos meninos, disse que várias gerações em sua família sofreram com o problema. Ela, que foi operada aos sete anos, com a mesma doença, lamenta as limitações que os filhos sofrem.
"O sonho deles era jogar futebol, mas não podem praticar o esporte porque não conseguem usar chuteira. Também no colégio eles tiveram problemas de adaptação porque não podem usar sapato fechado e sempre são alvo de gozação por parte dos colegas", afirmou Tânia.
As cirurgias infantis levam em média duas horas. Os pacientes recebem alta em 48 horas e o tempo de recuperação total é de aproximadamente cinco meses.