São Paulo, 31/3/2006 (Agência Brasil - ABr) - Os servidores federais da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) continuam em greve por tempo indeterminado. De acordo com o representante do comando de greve da Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social (Fenasps), Luís Carlos Torres de Castilhos, cerca de 80% dos 2.500 funcionários em todo o país paralisaram suas atividades.
Os trabalhadores reivindicam enquadramento na carreira dentro da Anvisa e a organização do plano de carreira.
Castilhos informou que estão sendo realizados apenas serviços essenciais, como a liberação de materiais biológicos, hemoderivados, material para diagnóstico in vitro, células e tecidos para fins terapêuticos, preservativos, medicamentos e produtos médicos para programas de saúde pública e medicamentos destinados a pacientes graves.
Aos viajantes estão garantidos os serviços de orientação para aqueles com destino a locais onde há incidência de gripe aviária, serviços de saúde e notificação sobre epidemias e troca do certificado internacional de vacinação contra febre amarela.
Segundo o coordenador do comando de greve, a paralisação foi retomada no dia 21 de fevereiro, porque o governo federal não cumpriu o acordo assinado no ano passado. Ele disse que os trabalhadores só voltarão às atividades normais quando o governo se dispuser a negociar.
"Nós enviamos diversos ofícios e pedidos de audiência, mas o governo não se prontificou a nos receber para negociar. Isso nos preocupa porque o setor que está sendo atingido é muito importante para a economia do país. Não temos como voltar, se o governo não atender nossas reivindicações".
O acordo a que se refere Castilhos foi firmado no ano passado, quando a categoria ficou paralisada de julho a setembro. "Fizemos uma mobilização no ano passado reivindicando plano de carreira e redistribuição de 509 servidores que foram requisitados pela Anvisa há mais ou menos sete anos e que ela não quer enquadrar. Precisamos dessa mão-de-obra para dar garantia a nossas barreiras sanitárias", disse. Castilhos estima que os prejuízos com a greve já estejam em cerca de R$ 1 bilhão.